Saiba por que o preparo é diferente do brasileiro e conheça os ingredientes que não podem faltar

    A rivalidade entre brasileiros e argentinos no futebol já é conhecida, mas nem todo mundo sabe que compartilhamos com eles uma outra paixão que também gera controvérsias: o churrasco. Os hermanos também amam uma carne assada, mas o preparo é diferente do nosso — e eles juram que é melhor.

    Independentemente da sua opinião sobre o assunto, a verdade é que o churrasco argentino é uma delícia, e é uma boa ideia investir nesse preparo de vez em quando. Os argentinos gostam de utilizar lenha, mas é possível adaptar a sua churrasqueira à gás ou a tradicional, com carvão. Confira, a seguir, tudo o que você precisa saber.

    A grelha é inclinada

    A diferença entre o churrasco argentino e o brasileiro já começa na churrasqueira. Eles não usam a grelha na horizontal, como é comum por aqui. Na Argentina, se usa a parrilla, que é uma grelha suspensa, com canaletas inclinadas. A ideia é evitar que a gordura das carnes escorra para o carvão, o que pode aumentar as labaredas.

    O fogo é brando

    Por aqui, é comum colocarmos as carnes assim que aparecem as chamas. Na Argentina, no entanto, as brasas devem ser espalhadas, e a carne só é colocada depois que aparecem as brasas, cobertas por uma camada de cinzas. Esse é um jeito de controlar melhor a temperatura e deixar as carnes com sabor mais defumado.

    Muitos argentinos preferem fazer as brasas com lenha e garantem que isso dá um sabor especial às carnes. Isso, no entanto, não é obrigatório.

    Como preparar um churrasco argentino
    Como preparar um churrasco argentino

    Os cortes são outros

    A estrela do churrasco brasileiro é a picanha, mas, por aqui, tem de tudo: até linguiça e frango, refletindo a rica gastronomia regional.

    Eles usam cortes de contrafilé e costela, que têm nomes específicos, como tiras, lomo, ancho e chorizo. É possível encontrar esses cortes em alguns açougues ou você pode pedir peças similares, sempre preservando a camada de gordura.

    Entre as carnes menos tradicionais (ou mais baratas), os argentinos gostam de assar rins e intestino delgado, que eles chamam de achuras. É o que mais se parece com a nossa linguiça.

    O sal não é o grosso

    O sal grosso é o tempero oficial do churrasco brasileiro, geralmente adicionado às carnes pouco antes de irem para a grelha. Na Argentina, no entanto, eles utilizam o sal de parrillero, que é um tipo de sal entrefino, que se espalha de maneira mais uniforme pelos cortes.

    Muitos argentinos temperam as carnes cerca de 20 minutos antes do preparo, para que o tempero pegue melhor. Outros, no entanto, preferem temperar só depois que os cortes estão assados, para não influenciar na textura e na umidade.

    O chimichurri não pode faltar

    Outra diferença fundamental entre o churrasco argentino e o brasileiro está nos acompanhamentos. Por lá, não se serve mandioca, arroz, salada de maionese, farofa ou vinagrete. O único ponto em comum com algumas regiões do Brasil é o pão, que combina bem com a tradição argentina.

    O molho chimichurri (feito com ervas, pimenta, azeite e temperos) é um acompanhamento que não pode faltar. Além dele, os argentinos gostam de legumes assados na grelha, saladas cruas, queijo provolone, batata frita e as tradicionais batatas empanadas.

    A bebida é o vinho

    Os hermanos também gostam de beber cerveja, mas, durante os churrascos, o vinho é o queridinho. Isso porque eles acreditam que essa é a bebida que melhor harmoniza com as carnes e, inclusive, muitos costumam ser bem criteriosos na escolha

    Cada tipo de uva combina melhor com cada corte, e isso é levado a sério num bom churrasco argentino. Faz parte do ritual.

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    Avatar de Nilson Tales Guimarães

    Formado em Engenharia de Alimentos pela UEFS, Nilson Tales trabalhou durante 25 anos na indústria de alimentos, mais especificamente em laticínios. Depois de 30 anos, decidiu dedicar-se ao seu livro, que está para ser lançado, sobre as Táticas Indústrias de grandes empresas. Encara como hobby a escrita dos artigos no Curioso do Dia e vê como uma oportunidade de se aproximar da nova geração.